4:05 am

Eu nunca amei.
E talvez, nunca amarei.
Só abracei corpos tão fatigados
e desesperados como o meu,
em busca do amor que não tenho em mim.

Beijei faces sem identidade e
individualidades sem realidade.
Acabo por não saber quem são,
e eles também não sabem quem sou.
No entanto, essa questão é também meu temor.

Minha existência mendicante ou
minha mendicante existência…
de criança no amor e deusa na indiferença.

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Clarissa Bezerra de Santana

Há aquela angústia perene em minh’alma de poeta. E eis que vãs filosofias não preenchem a utopia. E eis que versos não satisfazem almas sedentas de prosa…